sábado, 29 de dezembro de 2012

choro
olho
morro
esqueço
volto a lembrar
sonhos
mentira
não serve mais
corro
me escondo
nada mais é pra valer
não muda
cade?
onde?
loucura
paixão
ternura
solidão
me salva!

Cães repugnantes
não vivem mais
querem seguir e fingir o que não são
vadios 
correm atras de quem não os que
comem o que aparece
só pensam em estra-vazar 
colocar pra fora
relaxar
esse sol
que não molha
faz sorrir por vezes 
outras vezes não faz nada
nem um estimulo
nada
nada
nada
vozes e cegueira é isso!
mundo marginal 
formigas intoleráveis
só secam 
sugam
moem 
corroem
derretem
contorcem
mutilam 
são drogas e venenos que não brincam mais
 ..... volte meia alguém chora 
Maquina de tormento suplica pelo cheiro de voltar a ama-lá,
Ele a quer, e a Outra sofre.
Irrita essa fraqueza de não ser o que quer,
quem disse? Quem disse que não quer Ela ser nada?
Ele sofre, morre e machuca
Ela o ama loucamente, forte, duro e melancolicamente
Ele sabe e deseja outra

Bruxa
realize os meus desejos
volte para o fundo dos meus sonhos
encontre aquele que eu amo
volte para a realidade
trate das mentiras do humano
me fale, me ouça
me torne cega
o mundo esta embaçado
louco
sem cura
sem lembrança
sem fim
sem começo
e é esse meio que não termina nunca!
raso e soberbo
   ..........   falta musica
No Templo de Vênus
 rodízios
 vértebras
 dias de libertação
 corpos e calores
 caminhos profundos
 largos e apertados
 luzes e suor
 bocas, morangos e baunilhas
 sacerdotisas
 escravos
 licor  e seus resíduos
 frases
 montanhas
 galopes
 perfeitas sintonias
 sincronias
 dia
 meio dia
 tarde
 noite
 meia noite
 turbulências
.....................

 



"As Relações Naturais"

"[...] metido no seu mundo de fantasmas, a braços com a loucura e a mesmice do meio provinciano, Qorpo-Santo escrevia em 1866 sem esperança de aplausos publico [...] faz esta declaração de inteira obediência ao seu destino: "Não sei porém o que me inspirou a continuar no mais improfícuo trabalho" (Qorpo-Santo, p.51)

"As Relações Naturais", trecho do prefácio por Guilhermino Cesar

"[...] o próprio Qorpo-Santo, que até nos seus piores dias, mesmo no escuro de um quarto de hospício,  nunca deixou de escrever, numa ânsia criadora [...] é também uma visão estética em busca de formas mais perfeitas, de ideações e fantasias, através das quais o bicho homem deixa em terra suas fragilidades e cria asas para passar a melhores regiões." (Qorpo-Santo, p.50)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Vivo ou não, cinco defeitos encontrei em tua voz,
e o meu foi percebe-los.
Cinquenta mil vezes te pronunciei,
bordejei e aqui vim parar.
Sem véu, sem luz, não é mais teu sorriso o que me conduz
agora que te percebo
te condeno
te almejo
te enfraqueço
te enlouqueço
te manejo.

RIA
CONFUNDA
não me mintas, jamais.

Quero soluçar nos teus braços,
enraizar nos teus pés,
levitar em tuas pernas.

Mas não sou eu, é o vento, é Ele quem sussurra em meus ouvidos
implorando por mais uma alma, resto, vestígio de felicidade.
Queria Ela o fim, porém seus termos não contribuíam a delicadeza reciproca, quando enfim os monges retornaram a alcova singela, a menina varrida, torta e virtuosa sufocou-os por seus suplícios em ternura forte, disciplinada que tonteava o vácuo daquele porão sem fim.  O mundo penetrante e Sem ar pedia lhe mais, pedia o Cru, pedia o Nu. E não, Ela não aceitaria mais a vida. Sem medo Ela gritaria, gritaria, gritaria, morreria, morreria, morreria, morrera.
Rios e fôlegos
se entrelaçam na purpura de uma cólera maldita
- O que fizeste aqui? O teu coração é o que castiga os vermes!
- Não penses em corrupção, pois o único mal que faço é mimar os meus estímulos.
E mesmices se confundem na loucura da certeza, quando quebrada na floresta da perdição, calma e velha tocou-se com o fim.
Neste céu de fervura, de sol, lua  e estrelas
me encontro lembrando dos teus olhos
percorrendo as nuvens lembro das tuas mãos
no meu corpo molhado, do teu corpo que me faz reclamar por tua doçura.
E que sinto agora o Gosto aqui na minha boca.

sábado, 8 de dezembro de 2012


A paciência nos leva longe, mas mais a perseverança.
choro, choro
coru
sinais de purezas
acabam de se perder
neste resto de esquecimentos
ser!
seres!
se fores?
não sejas!
reaja!
peças repetidas
não valem mais a pena?
quem vale a pena?
quem?
nós?
daquele solstício recriou-se o mais lindo dos amores
Ele não se perdeu, não faleceu.
Profundo toque levemente ardido,
que cura, obscura, ternura
vagai tu, pela incerteza de seres o que não sabes, para que seres, por que seres!
Raízes que não nascem mais,
por vezes corremos atrás de sonhos
que se convertem a pó quando realizados.
 O que nos resta neste mundo de impurezas?
O que me resta neste louco nevoeiro que nunca levanta?
Será que é isso, regressamos para chegar ao princípio do fim?
Montanhas negras, relevos inconstantes nos mostram a escuridão
que persiste em pairar sobre nossas cabeças!
REGRAS, vozes que apenas mentem.
Onde vivo, oh ar que respiro?
forasteiro sou agora, neste mundo de impurezas
ao qual me resumo.
louco é o mundo vazio que habita todos nós.
absurdo e imundo nos remete a sofrer
não nos faz chorar, coitado
senti e revesti a arrogância,
 preenchendo o que não vive mais.
percorre os labirintos do escuro,
sem questionar.
lagrimas por dores que todos sentem,
esses romances que não moram mais aqui.
Que tempo é este?
não se esquece, só tapamos.
São batalhas que deterioram a pele,
a cada passo
cada sorriso falso
cada abraço contorcido e do avesso
não precisamos de ti sofredor abastado.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

É meia noite em Géran!
voou folclórico
que rasga a esperança daquele mundo marginal
respiro o ar da vingança, mas não dói a solidão

O suspirar do Marques se coloca
nas montanhas de um abrigo que não mais existe
 Na loucura do seu prazer 
procuremos cura
para os nossos temores ou anseios.
Vivendo como a Virgem, 
que não nos matem. 
Aqueles a quem amamos
que não nos tirem
a água branca,
porque o mundo se fez assim.
Hipócritas aqueles 
que dirigem ao sol
sem nada a reclamar
em raios de chuvas 
me coloco entre as nuvens 
no campo, e retornando
para as almas que ardem 
no fogo e no gelo.
Me entrego.