quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dentre flechas e ovários
há sorrisos e vigários
há vontades por milagres
há vigílias e saudades

dentre as coisas de um caminho
tenho marcas
tenho barcas 
tenho espinhos

dentre a Bela e a Fera
existe vida
existe morte
existe, contudo, muita sorte!

e no último suspiro
de um bem-querer maldito
não há aguá,
nem há nada.

resenhas

Num Outono minguante
onde as cores morriam brilhantes
chorei e amei
por mais um instante

Elas me fizeram crer 
que nem mais naquele dia 
eu iria morrer

Chorei por 20 mil anos
mas pelas cores meu caro
eu não me engano

sorri e senti
nestas montanhas
eu sofri
mas naquele Outono minguante
eu jamis ressurgi!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

COISA

coisa nenhuma 
coisa alguma
coisa mascarada 
coisa melecada
coisa singela
coisa amarga
coisa que me faz sorrir
ao ver o sol abrir
coisa de chuva
que só o tempo muda
coisa de nuvem
que nem com sombra surge
sessenta e nove mil vezes aquela coisa.
"Coloquialmente indico o silencio de Mercúrio que das raízes da verdade, se fez solenemente através da saudade."

E quando eu digo que não te vejo
é quando mais te percebo.
Congestionamento de ternuras 
as aventuras que a ti dedico,
as delícias que por ti súplico,
me transpassam como a uma lacuna 
de martírio.
Em raiz de curta noite,
lá encima de um monte,
um castelo surgia,
em meia luz 
ao meio dia.
Simples e obsoleto
mergulhando em areia frutífera, 
se constrói em movimento.
Em sua santidade
havia flores
e também maldades.
Queria sorrir 
e também morar,
lá encima de um monte 
eu queria cavalgar.
Sentia forte
e segura
aquelas mãos,
fruto bem maduro.
Imaginava sozinho 
aquele belo menininho
que carregado de ilusões 
viaja pelos pampas. 
E, por tantas em raiz de noite curta,
lamentava e suava suas indignações. 



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


De longe pensativo 
te vejo 
te admiro
mostro teu sabor
aos meus pensamentos vadios
te quero 
te observo
não nego de te sentir um pouco vazio
mas sou sincero 
a meu core não peco
porque entre as raízes
s´o a ti venero! PRÍNCIPE DOS MEUS SONHOS. 

VIDA

Havia uma vida aqui,
aquela vida ardia dentro de mim
respirava e navegava
enquanto eu me descobria
viagens no tempo que há em mim
viram e sonharam com aqueles dedinhos
passinhos que me levaram a um sorriso perplexo e sem fim
Me vi de novo
e de novo
correndo para mim
Dentro de uma nave
coberta por sangue e água
que suspira e cheira a vida
Vida fascinada
renovada
que transpira magia
e sublima com alegria
pedaços do meu ser.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

tenho sombras
e não gosto das luzes
me cegam
gosto de ouvir também
o dia claro
e milhões de planetas
não te farão voltar pra mim
queria te contar que as palavras
 daquele dia
te mentiram
me feriram
por favor vou te pedir pra voltar.
o universo me mostrou
a sombra da tua pele
refletiu em mim e
 eu chorei.
não haverá explicação
meu corpo vai pedir
a deus imensidão que cresce em mim
é vazio e fundo
aberto louco.

vertigens

TOMO sonhos 
bebo mundos
desfruto de torturas
e não temo a dor
retomo poesia 
desliso entre dedos
e volto a dormir

Meus devaneios

Queria ser um sol
queria ser o teu olhar
queria ser sem rumo
não ter caminho
 ser apenas descontinuo
sem ter magoas ou alegrias
queria sorrir, quem sabe ser feliz?!
em vez de choro, raiva
queria ser montanha,
lá no alto do mundo
estar distante, silenciosa e poderosa
tremer as vezes, cair, derrubar,
nunca acabar.
Queria ser floresta
com árvores imensas, velhas e sábias,
experientes em qualquer tempestade.
Meu sonho é ser o universo
que por ser tão grande não caberia dentro de mim.
"EU SOU UM POETA E NÃO APRENDI A AMAR
                   quem sabe ainda sou uma garotinha" -Maladragem Cassia Eller
Carência
carente inverno
carente quente
carente honra
carente poder
carente força
carente sorriso
carente brilho
carente maravilho
carente leveza
carente pureza
carente brancura
carente ternura
carente sol
carente chuva
carente dia
carente solidão
carente perdão
carente medo
carente desejo
carente vida
carente morte
carente de sorte.

Madah

Madah

Refletida na escuridão, vestia sol e amarelo
serena, embutida de solidão e desejo
vivia solta e mordia.
Num canto azul do mar
Madah chorava sua alegria de ser humana,
sorria por sua ignorância de ser criança,
frustava-se por não saber mudar.
Embora solta, não contente sonhava com nuvens vermelhas
e dias azuis.
Amarelo era sua alegria,
com tijolos e tijolos, entre tijolos ela se divertia.
Que criança tosca
mendiga e ingenua
mal sabia de suas flores
e queria piruetas.
Em tapetes verdes
se cobria lactante, espumante.
Safo por demasia
não sabia a querida
de suas façanhas comprometidas
revestia sonoramente
sua alma perdida
Perdida em um caminho pulsante
vivo , que brota sem comando.
Sem questionamentos
a senhorita tão suave
estendia sem dó suas grades,
folgava e se regenerava
quase sempre quando tinha lua,
Aquela sim! aquela era sua alegria
mais que tudo, mais que mais
mais que jamais esquecerá aquel
Aquel vassalo imundo e soberbo
que como se não bastasse,
viu brotar rosas brancas,
cuspiu nelas, rasgou, quebrou, estrangulou
Coitada, pura  não mais.
A angustia À segura na terra
e o veneno mortal dos homens
sucumbiu-À  na vida.
Agora com os pés na lua
mais uma vez sonha com o amanhã.