terça-feira, 5 de março de 2013

Sacrifícios

Agora que de mais adianta chorar
se me pego enconsola
de vez em volta a mergulhar
me atiro de um penhasco
sem nada a lamentar

Se de jeito novo
não te encontro obscuro
dormindo nos corredores
te cubro de suspiros
mas não me açoites

Por te querer
é que me pego enconsola
de vez em volta a navegar
e de mar em mar
me vejo de novo a lamentar

Ai, agora porque sofro?

À meu Faria

Em vez que me diz de Faria
voltasse a meia noite pois dizias
já não poder mais viver sem mim
quando em tua voz eu já ouvia

As palavras que em mim fizesse
ou por Deus já Faria
molhava-me por vezes
eu confesso

E quando de dia
a mim modesto me pedia
que retornasse a cama
eu bem que entendia

E a voltas a meu Faria
fizesse de mim a tua dor
e para ti tua antropofagia

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dentre flechas e ovários
há sorrisos e vigários
há vontades por milagres
há vigílias e saudades

dentre as coisas de um caminho
tenho marcas
tenho barcas 
tenho espinhos

dentre a Bela e a Fera
existe vida
existe morte
existe, contudo, muita sorte!

e no último suspiro
de um bem-querer maldito
não há aguá,
nem há nada.

resenhas

Num Outono minguante
onde as cores morriam brilhantes
chorei e amei
por mais um instante

Elas me fizeram crer 
que nem mais naquele dia 
eu iria morrer

Chorei por 20 mil anos
mas pelas cores meu caro
eu não me engano

sorri e senti
nestas montanhas
eu sofri
mas naquele Outono minguante
eu jamis ressurgi!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

COISA

coisa nenhuma 
coisa alguma
coisa mascarada 
coisa melecada
coisa singela
coisa amarga
coisa que me faz sorrir
ao ver o sol abrir
coisa de chuva
que só o tempo muda
coisa de nuvem
que nem com sombra surge
sessenta e nove mil vezes aquela coisa.
"Coloquialmente indico o silencio de Mercúrio que das raízes da verdade, se fez solenemente através da saudade."

E quando eu digo que não te vejo
é quando mais te percebo.
Congestionamento de ternuras 
as aventuras que a ti dedico,
as delícias que por ti súplico,
me transpassam como a uma lacuna 
de martírio.
Em raiz de curta noite,
lá encima de um monte,
um castelo surgia,
em meia luz 
ao meio dia.
Simples e obsoleto
mergulhando em areia frutífera, 
se constrói em movimento.
Em sua santidade
havia flores
e também maldades.
Queria sorrir 
e também morar,
lá encima de um monte 
eu queria cavalgar.
Sentia forte
e segura
aquelas mãos,
fruto bem maduro.
Imaginava sozinho 
aquele belo menininho
que carregado de ilusões 
viaja pelos pampas. 
E, por tantas em raiz de noite curta,
lamentava e suava suas indignações. 



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


De longe pensativo 
te vejo 
te admiro
mostro teu sabor
aos meus pensamentos vadios
te quero 
te observo
não nego de te sentir um pouco vazio
mas sou sincero 
a meu core não peco
porque entre as raízes
s´o a ti venero! PRÍNCIPE DOS MEUS SONHOS. 

VIDA

Havia uma vida aqui,
aquela vida ardia dentro de mim
respirava e navegava
enquanto eu me descobria
viagens no tempo que há em mim
viram e sonharam com aqueles dedinhos
passinhos que me levaram a um sorriso perplexo e sem fim
Me vi de novo
e de novo
correndo para mim
Dentro de uma nave
coberta por sangue e água
que suspira e cheira a vida
Vida fascinada
renovada
que transpira magia
e sublima com alegria
pedaços do meu ser.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

tenho sombras
e não gosto das luzes
me cegam
gosto de ouvir também
o dia claro
e milhões de planetas
não te farão voltar pra mim
queria te contar que as palavras
 daquele dia
te mentiram
me feriram
por favor vou te pedir pra voltar.
o universo me mostrou
a sombra da tua pele
refletiu em mim e
 eu chorei.
não haverá explicação
meu corpo vai pedir
a deus imensidão que cresce em mim
é vazio e fundo
aberto louco.

vertigens

TOMO sonhos 
bebo mundos
desfruto de torturas
e não temo a dor
retomo poesia 
desliso entre dedos
e volto a dormir

Meus devaneios

Queria ser um sol
queria ser o teu olhar
queria ser sem rumo
não ter caminho
 ser apenas descontinuo
sem ter magoas ou alegrias
queria sorrir, quem sabe ser feliz?!
em vez de choro, raiva
queria ser montanha,
lá no alto do mundo
estar distante, silenciosa e poderosa
tremer as vezes, cair, derrubar,
nunca acabar.
Queria ser floresta
com árvores imensas, velhas e sábias,
experientes em qualquer tempestade.
Meu sonho é ser o universo
que por ser tão grande não caberia dentro de mim.
"EU SOU UM POETA E NÃO APRENDI A AMAR
                   quem sabe ainda sou uma garotinha" -Maladragem Cassia Eller
Carência
carente inverno
carente quente
carente honra
carente poder
carente força
carente sorriso
carente brilho
carente maravilho
carente leveza
carente pureza
carente brancura
carente ternura
carente sol
carente chuva
carente dia
carente solidão
carente perdão
carente medo
carente desejo
carente vida
carente morte
carente de sorte.

Madah

Madah

Refletida na escuridão, vestia sol e amarelo
serena, embutida de solidão e desejo
vivia solta e mordia.
Num canto azul do mar
Madah chorava sua alegria de ser humana,
sorria por sua ignorância de ser criança,
frustava-se por não saber mudar.
Embora solta, não contente sonhava com nuvens vermelhas
e dias azuis.
Amarelo era sua alegria,
com tijolos e tijolos, entre tijolos ela se divertia.
Que criança tosca
mendiga e ingenua
mal sabia de suas flores
e queria piruetas.
Em tapetes verdes
se cobria lactante, espumante.
Safo por demasia
não sabia a querida
de suas façanhas comprometidas
revestia sonoramente
sua alma perdida
Perdida em um caminho pulsante
vivo , que brota sem comando.
Sem questionamentos
a senhorita tão suave
estendia sem dó suas grades,
folgava e se regenerava
quase sempre quando tinha lua,
Aquela sim! aquela era sua alegria
mais que tudo, mais que mais
mais que jamais esquecerá aquel
Aquel vassalo imundo e soberbo
que como se não bastasse,
viu brotar rosas brancas,
cuspiu nelas, rasgou, quebrou, estrangulou
Coitada, pura  não mais.
A angustia À segura na terra
e o veneno mortal dos homens
sucumbiu-À  na vida.
Agora com os pés na lua
mais uma vez sonha com o amanhã.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

querer-te solta
querer-te má
querer-te involuntária
querer-te obliqua
querer-te risonha
querer-te feliz
querer-te como és
querer-te como Ele te fez
querer-te aqui
querer-te apenas para mim
querer-te valiosa
                                        querer-te saborosa
                                        querer-te maravilhosa
                                        querer-te frívola
                                        querer-te rigorosa
                                        querer-te rica
                                        querer-te fingida
querer-te espaçosa
querer-te vigente
querer-te não como flor
querer-te como terra
querer-te madura
querer-te generosa
querer-te magnânima
querer-te indelicada
querer-te como a lua
querer-te como o universo
querer-te além
querer-te sobrevoando vidas.
Minha  querida FADA madrinha
de dias tristes
estou cansada
de noites frias
estou amargurada
viagens cheias de alegria
é o que eu não tenho
temor
não preenche
nada preenche
lacuna dura
tão oca
é escura
nadava eu nas margens do rio do nunca mais
quando o vi
sorrindo
pedindo
mentindo? Não sei!
mas o perfume dos seus olhos
me deixaram paralizada
pois me vi
em cada passo
que ele dava.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Reza
 choca
amolece
a noite se vai
solta aquele ar sereno
pela boca
aquele veneno
que me suga
me gira
me inunda
que pula
360º

Amores e sonetos
sorrisos travessos
sentimentos mortais
para um dia a mais
viver sorrindo
sonhando
para mais tarde acordar saltitando
Musas 
Musas que enfeitiçam
que fazem cabeças rolarem 
Musas que deslumbram
que fazem chorar e que fazem amor
Soluços e mundos
mundos não bastariam
para a inspiração
que despertas

Musa agradeça ao teu poeta

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

verbo
maquinista
sulista
mente
remente
retoma
remonta
abastece
emburrece
aquece
só entristece
não enlouquece
só reveste
na saudade
envaidece
na ternura
rejuvenesce
na censura
a amargura
que anoitece
enfraquece
na tontura
amolece
na aventura
um moleque.

Soluços somente
sem suar solenemente
solto sobre o sol
sobrevoando a saudade
Ele
severo e sóbrio
saboreando a sádica
sem séculos
sem ser
sacudindo o sagrado
sem salvamento
sem saltar
na selva
a sangrar
santo
manto.
Secam as saudosas
secretas
como seda e sedução
se derretem na segregação.
Seguem
seguram
se movimentam
na seiva ou num seio
que se faz de um sereno.





Imortal até o fim
reconhecimento inesperado
da verdade amarga e fria
longínquo sol do viver
apaga as amarguras do meu ser
envolve-me na tua mente
e sinta para sempre o amanhecer
resíduos da ilusão
sobrevivem dentro de mim
inconstante milagre do dia
inconstante Homem da noite
te solta, emerge, envolve, retorce
acomoda o travesseiro
feche os olhos
sonha
acorda
respira
muda
não finja.